Perdoar Setenta Vezes Sete – O Ensinamento de Jesus em Mateus 18:21-35
“Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” (Mateus 18:21)
Introdução
O perdão é um dos temas centrais da fé cristã, e em Mateus 18:21-35, Jesus oferece um ensinamento profundo sobre a necessidade e a extensão do perdão. Nesta passagem, o apóstolo Pedro pergunta a Jesus quantas vezes deve perdoar alguém que pecar contra ele. A resposta de Jesus, “Não até sete, mas até setenta vezes sete,” mostra que o perdão deve ser ilimitado e incondicional. Vamos explorar esse ensino de Jesus, entender o significado dessa expressão e o que a parábola do servo impiedoso nos revela sobre a importância do perdão.
1. Contexto da Passagem
Pedro aborda Jesus com a pergunta: “Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” (Mateus 18:21). Na cultura judaica da época, perdoar alguém três vezes era considerado generoso, então Pedro pensou que sugerir sete vezes seria impressionante. No entanto, Jesus responde com “setenta vezes sete,” indicando que o perdão não deve ter limites.
Significado de “Setenta Vezes Sete”: Jesus não estava estabelecendo um número específico de vezes para perdoar (490), mas ensinando que o perdão deve ser contínuo, sem limites ou condições. Ele nos chama a praticar o perdão como um estilo de vida.
2. A Parábola do Servo Impiedoso (Mateus 18:23-35)
Para ilustrar seu ponto, Jesus conta a parábola de um rei que decidiu ajustar as contas com seus servos. Um servo que lhe devia dez mil talentos (uma quantia astronômica e impossível de pagar) foi trazido diante dele. Como o servo não tinha condições de pagar a dívida, o rei ordenou que ele, sua família e seus bens fossem vendidos para cobrir a dívida. Em desespero, o servo implorou por misericórdia, e o rei, movido de compaixão, perdoou toda a dívida.
Significado do Perdão do Rei: O rei representa Deus, e a enorme dívida do servo simboliza o nosso pecado diante de Deus. Assim como o rei perdoou a dívida impagável do servo, Deus perdoa nossas transgressões, não porque merecemos, mas por Sua misericórdia e graça.
No entanto, ao sair, o mesmo servo encontrou um de seus companheiros de trabalho que lhe devia uma quantia muito menor – cem denários (equivalente a alguns meses de salário). Em vez de mostrar a mesma misericórdia que havia recebido, o servo agarrou seu companheiro e exigiu o pagamento. Quando o companheiro implorou por misericórdia, o servo recusou e mandou prendê-lo até que a dívida fosse paga.
A Reação do Rei: Ao saber do que havia acontecido, o rei ficou indignado e repreendeu o servo por não demonstrar o mesmo perdão que ele havia recebido. O rei então entregou o servo aos torturadores até que ele pagasse toda a dívida. Jesus conclui a parábola dizendo: “Assim também meu Pai celestial fará a vocês se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão” (Mateus 18:35).
3. Lições Principais da Parábola
- Nossa Dívida Perante Deus é Impagável: A dívida de dez mil talentos era uma quantia gigantesca e irrealista, representando a imensidão do nosso pecado diante de Deus. Assim como o servo nunca poderia pagar sua dívida, nós também nunca podemos pagar o que devemos a Deus por causa do nosso pecado. Ainda assim, Deus, em Sua infinita misericórdia, escolhe nos perdoar completamente.
- Somos Chamados a Refletir o Perdão que Recebemos: A principal lição da parábola é que, tendo recebido um perdão tão grande de Deus, devemos estar dispostos a perdoar os outros.
- O Perdão Deve Ser do Coração: Jesus não nos chama apenas a perdoar superficialmente, mas a perdoar de todo o coração. O verdadeiro perdão vai além das palavras e envolve um desejo genuíno de liberar a pessoa que nos ofendeu.
4. Como Praticar o Perdão na Vida Diária
- Lembrar do Perdão que Recebemos de Deus: Ao refletir sobre a magnitude do perdão que Deus nos concedeu, somos capacitados a perdoar os outros.
- Escolher Perdoar, Mesmo Quando Não Sentimos Vontade: O perdão é uma escolha, não um sentimento. Ao obedecer ao mandamento de Jesus e escolher perdoar, permitimos que Deus trabalhe em nossos corações.
- Orar pelos que Nos Ofenderam: Uma maneira prática de desenvolver um coração perdoador é orar por aqueles que nos feriram.
Conclusão
O ensino de Jesus em Mateus 18:21-35 nos desafia a viver uma vida de perdão constante, sem limites. Assim como Deus nos perdoou de uma dívida que nunca poderíamos pagar, Ele espera que perdoemos os outros da mesma forma. Ao escolher perdoar, experimentamos a liberdade e a paz que só podem vir de um coração que reflete o amor e a graça de Deus.